quarta-feira, julho 31, 2013

Resenha - A Insustentável Leveza do Ser

Este foi o primeiro livro do Milan Kundera que eu li. Espero que não seja o último! :D

A maneira que ele escreve faz com que o livro pareça uma conversa de bar. Explico: quando estamos batendo papo, contando um causo, não contamos simplesmente que aconteceu o fato 1, depois aconteceu 2, em seguida aconteceu 3, e finalmente aconteceu 4 e acabou. Na prática a gente sempre para um pouco a história e começa falando de outra coisa.

Um exemplo hipotético do nosso dia a dia:

Duas vizinhas se encontram e batem papo.

- Menina, eu estava indo ao banco pagar a conta de luz e veio uma moça, super bem vestida e simpática, começou a puxar papo. E no meio da conversa, quando estávamos numa rua deserta, ela me assaltou!

Só com essa frase já dá pra essas duas vizinhas conversarem o resto dia falando de preconceito (pois a senhora não esparava que uma moça bem vestida e boa de papo pudesse ser uma assaltante), de como os bancos estão sempre lotados e ninguém respeita o fato de que os idosos tem preferência nas filas, ou falar de como a conta de luz está ficando mais cara... Depois de falar de tudo isso a senhora que foi assaltada termina contando como foi parar na delegacia para fazer o B.O.

Essa seria minha analogia ao livro do Kundera. Ele fala do amor entre Tomas e Tereza, e Franz e Sabina. Mas calma! Não desanime! Não é uma história de amor! Quer dizer, é sim. Mas é muito mais! Não é uma história de amor piegas, para menininhas namoradeiras... (tenho que ressaltar isso, pois se eu lesse uma resenha dizendo que "a insustentável leveza do ser" é um livro de amor provavelmene eu nem teria lido)

O Kundera usa essas relações amorosas pra falar de muita coisa: filosofia, política, história, Primavera de Praga (invasão das tropas soviéticas na República Tcheca em 1968), Beethoven, comunismo, mitologia, comportamento humano, literatura, um pouco de erotismo... E tudo isso no meio da história de Tomas, Tereza, Sabina e Franz.

Outra característica que torna a narrativa do Kundera parecida com uma conversa informal é a cronologia da história. Ele de repente conta uma coisa lá da frente, depois volta como se tivesse lembrado naquela hora de contar uma coisa que ficou, depois conta sob um ponto de vista de outro personagem...

Enfim, recomendo. Mas aqui vão algumas ressalvas.

Livro indicado para:
  • quem gosta de filosofia, história, política e coisas do gênero;
  • quem é adulto ou já tem uma certa "bagagem", para poder desfrutar do livro de maneira mais completa;
Livro não indicado para:
  • quem nunca amou;
  • quem não gosta de filosofia, história, política e coisas do gênero
Não estou sendo repetitivo gratuitamente. Um colega quando me viu com esse livro, chegou esculhambando com um repúdio tão grande... Falando que não conseguiu nem passar das primeiras páginas. Acontece que nas primeiras páginas o assunto é o conceito filosófico do eterno retorno, formulado pelo Nietzsche. Logo concluí que não se deve recomendar "A Insustentável Leveza do Ser" para quem não curte essa pegada filosófica.

Resenha - Desventuras em Série

É uma série com 13 livros.

Três irmãos perdem os pais num incêndio misterioso que consome toda a mansão onde moravam. Os órfãos são: Violet, uma adolescente que gosta de inventar coisas; Klaus, um pré-adolescente que gosta muito de ler; e Sunny, uma bebezinha que gosta muito de morder (?!). Em cada livro eles vão mudando de tutores e sofrendo com as tentativas do FDP do Conde Olaf de ficar com a herança dos órfãos.

A seguir relaciono algumas características que me fazem gostar desta série:

  • os órfãos usam suas habilidades para se livrar das enrascadas (inventar, ler e morder);
  • vez por outra alguém morre (tá, os personagens principais não morrem, mas nem sempre se dão bem);
  • o narrador é uma espécie de personagem repórter da história e em vários trechos tem umas sacadas/piadinhas (comentários, alfinetadas, definições de expressões, aforismas, e coisas do tipo);
  • a maioria dos personagens são bastante caricatos, ou seja, suas características são bastante exageradas (o conformado, o petulante, o metido a rico, o otimista, o que tem medo de reclamar, etc) e isso é muito interessante para que a criança-leitor identifique alguns conhecidos com as mesmas características.
  • tem um mistério a ser resolvido: o que causou o incêndio da mansão dos Baudelaire.

O autor é Lemony Snicket e no Brasil os livros foram publicados pele Companhia das Letras.

segunda-feira, julho 22, 2013

pseudo-resenha: O BGA

Motivos pelos quais eu indico a leitura:

- Gostosinho de ler com/para o filho.

- É divertido. Uma diversão infantil, é verdade. O nome dos gigantes bem legal, como Esmagamãe, Estripapai, etc.


Livro não indicado para:

- Quem não gosta de literatura infantil.

- Quem não tem filho(s).


Curiosidade:

-  Roald Dahl é autor também de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" e "Matilda". Sim! Matilda é aquela garotinha do filme que carrega livros num carrinho.