quarta-feira, dezembro 25, 2002

Vejam que porreta uma reportagem que recebi pela lista de notícias do PCB (antigamente conhecido como partidão mas que agora está mais pra partidinho, no sentido de dividido). A matéria é de maio de 2002 mas não é nem um pouco ultrapassada.

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http://jc.uol.com.br/jornal/noticias/ler.php?codigo=10103&canal=11&dth=2002-05-21
Dívida Externa

Índio surpreende chefes na reunião de cúpula


21/Mai/2002
por FERNANDO MENEZES

A conferência dos chefes de estado da União Européia,Mercosul e Caribe, encerrada no fim de semana passado, em Madri, viveu dois momentos surpreendentes. O primeiro por causa da desatenção dos presidentes do México, Vicent Fox, e do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. No intervalo de uma sessão os dois conversaram com franqueza e desancaram os EUA que, segundo FHC “fala muito e faz pouco“. Não sabiam que os microfones de uma estação de TV estavam ligados, e assim, apanhados no contra-pé, admitiram a gafe.

Mas surpresa mesmo tiveram os chefes de Estado europeus, que ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc, cacique de uma nação indígena da América Central. Eis o discurso:

“Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos. O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.

Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no Arquivo das Índias que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 quilos de ouro e 16 milhões de quilos de quilos de prata provenientes da América. Terá sido isso um saque? Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento! Teria sido expoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão. Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos!

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimo amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva. Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano Marshalltesuma, para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização. Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, poderemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional desses fundos? Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas de Lepanto e outras formas de extermínio mútuo. No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, de cancelar o capital e seus juros. Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, e nos obriga a reclamar-lhes o pagamento do capital e dos juros.

Mas não cobraremos de nossos irmão europeus vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros. Nosso limite é exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um juro módico de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos. Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de prata, multiplicada por 300, isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e, que supera o peso total do planeta Terra.”

Quando terminou, o cacique nem sabia que estava expondo tese de Direito Internacional. Os europeus ali reunidos devem ter percebido que nesse tempo de globalização e tecnologia, índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem o devido, com juros.

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Se vocês querem o capitalismo então vamos todos nos tornar capitalistas também!
hehehe...

(por favor, notem que, assim como o índio em seu discurso, eu estou sendo irônico nesta última afirmação!) ;-)

terça-feira, dezembro 24, 2002

Se algum leitor desse blog tem gosto musical parecido com o meu então eu recomendo que ouça a minha rádio na internet:
http://www.usinadosom.com.br/divulgar_url.asp?indice=5567407

Antes eu preciso prevenir de que tenho um gosto bem diversificado, não fico bitolado em um estilo só. Então não se assuste se ao acabar de tocar "almas de venta" do brujeria começar a tocar "pedrinha" do cordel do fogo encantado. :P
Eu também uso essa rádio para conhecer novos sons e, por isso, muitas vezes coloco nela músicas que ainda não conheço.
Querido diário,

Ontem veio parar em minhas mãos o caderno Informática etc. do jornal O Globo, e então eu fui ler a coluna do Carlos Alberto Teixeiro (vulgo c@t). Achei o texto muito bom e por isso coloco aqui um link para ele: http://www.iis.com.br/~cat/infoetc/557.htm.

Trata-se de um texto que fala sobre as origens do natal. É quase o que eu queria dizer no meu post NATAL PORRA NENHUMA, porém de uma forma mais pensada e estudada. Leitura recomendada.

segunda-feira, dezembro 23, 2002

Tá certo que aquela onda de Reality Show agora não está tão em alta. Mas aí vai um GIF animado que achei bacana:

Educação Para Todos
http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u261.shtml
Vejam uma charge antiga (de 1985) mas que ainda tem uma atualidade muito grande:


Essa charge foi retirada da Fundação Perseu Abramo (FPA). Você pode ver uma coleção de charges (relacionadas ao Partido dos Trabalhadores) em http://www.fpabramo.org.br/memoria/charges/charges_apresentacao.htm. Lembrando que a FPA foi instituída pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores em maio de 1996.

quarta-feira, dezembro 18, 2002


A vida não é toda esta merda que parece, está assim por que por vários motivos não procuramos mudá-la.
E o motivo que eu acho mais idiota para não mudar o mundo é achar que não se pode mudar o mundo sozinho,
Imagine quantas pessoas já disseram ou ouviram esta frase?

Esta frase aqui ouvi num teatrinho:
"Sonho que se sonha só é só sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade."

domingo, dezembro 15, 2002

"Mas eu me mordo de ciúmes..."
No meio de uma conversa pacata dessas de irc, surgiu o seguinte tema ciúmes. Estavamos conversando eu e mais dois garotinhos que para proteger a identidade vou me referir a eles como X e Y.

Bom X e Y têm namoradas, e as namoradas deles sentem ciúmes, e até a namorada de um deles não gosta daquela boazuda da revista, nem da fofinha da tv, muito menos da popuzuda, faz cara feia mesmo. Então ele nem pode ver foto de mulher ou fazer um comentário na frente dela.
Sabendo disso me atrevi a dizer que esse lance de ciúmes está por fora, e que quando eu tiver um namorado não vou querer "mentir" para ele nem que ele "minta" para mim, mentir neste caso se refere a dizer que a apresentadora é feia, como faz um deles para não magoar a namorada.
Então eles começaram a me bombardear:
"se vc gosta muito muito de uma pessoa vc sente ciume"
"se nao sente eh pq nao gosta o bastante"
"eu gosto as vezes qdo a minha namorada sente uma pontinha"
"isso eh falta de amor"
"acho que quem ama sente ciume"
"se chega uma amiga do seu namorado e fica grudada nele?" (isso merece um comentário)
"ciume dá um apimentada na relação"
"talvez nunca tenha encontrado um grande amor" (isso também merece um comentário)

Bom eu não posso ser cínica o bastante pra dize rque nunca senti ciúmes do meu ex-namorado, mas posso ser sincera o bastante pra dizer que este ciúme era mínimo, e quando digo mínimo é mínimo mesmo, tudo bem que houve épocas que eles se manifestaram um pouco mais, mas foram poucas vezes, acho que o que eu tive de ciúmes em mais de quatro anos de namoro algumas meninas têm em menos de quatro semanas.
E acho que tive mais ciúmes da relação dele com os livros e com o computador dele do que com outras meninas (ou mulherões).

Sobre o comentário merecido:
Meu ex-namorado tem muitas amigas, eu sou uma :), e muitas delas tinham relações muito próxima a ele, abraçavam, davam beijos, dormiam na casa dele, saiam juntos etc, e eu sinceramente não tinha o menor ciúme disso, pra dizer a verdade só fui reparar que essa atitude era "anormal " quando umas dessas meninas falou:
"Você não liga de Meleu abraçar as meninas? "

Sobre o outro comentário: Como eles se enganam!!! E ao ler isso fiquei irada, pq como eu iria provar a eles que eles estavam enganados, como vou mostrá-los que ciúmes não é sinônimo de amor?!

Como eu já disse tive alguns momentos que senti ciúmes, mas para mim isso foi horrível, pra mim não existe medida certa para sentir, o lance é não sentir.
Podem dizer:" Ah sentir é ruim, mas saber que alguém sente por vc é bom.
Eu não concordo, eu não quero ter ciúmes nem quero que tenham ciúmes de mim!!

Não ter ciúmes é ter confiança, é não esconder as coisas, não esconder os sentimentos, acho que dessa forma é melhor, a verdade é sempre melhor.
Natalinas
Olha a musiquinha que mamãe sempre cantava pra mim no Natal (e até hoje canta!):
"
Deixei meu sapatinho, na janela do quintal
Papai Noel deixou meu presente de Natal,
Como é que Papai Noel não se esquece de ninguém?
Seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem.
Seja rico ou seja pobre o velhimho sempre vem.
"

Eu sei que isso é de mentirinha, mas não precisava exagerar na mentira!

terça-feira, dezembro 10, 2002

Bom, isso é apenas uma reflexão em uma tarde de tempestade das brabas:
"...Se os raios são formados por cargas negativas (os eletrons) então para não atrair o relâmpago devemos ter pensamentos negativos durante as tempestades.... Como é questão de denominação dizer que o elétro n tem carga negativa, deveriam trocar isso, assim vamos repelir os relâmpagos com pensamentos positivos, o 'que seria mais agradável..."

segunda-feira, dezembro 09, 2002

NATAL PORRA NENHUMA



Se o natal é uma festividade religiosa então satanás (não analaura, não estou falando de você) deve dar cambalhotas de alegria nessa época. Pois é quando mais se usa o nome de Jesus para fins nada santos.

O natal é o que mesmo? É quando se comemora o nascimento de Jesus... Ah não! Acabei de me lembrar! É quando se comemora a chegada do Papai Noel e suas renas, e se valoriza o trabalho dos amiguinhos duendes que ajudam o bom velhinho. Ah!! É também quando tem aquelas propagandas fofas com ursos polares igualmente fofos bebendo aquele refrigerante preto.

É quando as crianças "de boa família" brincam com seus brinquedos de última geração enquanto as outras ficam babando na vitrine, morrendo de inveja de quem pode ter aquilo, e de vez em quando sendo enxotadas das vitrines pelos funcionários da loja.

Agora, aquela musiquinha que nos (me) alegra todos os anos neste período:

"Papai Noel filho da puta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo
Aquele porco capitalista

Presenteia os ricos
Cospe nos pobres
Presenteia os ricos
Cospe nos pobres

Mas nos vamos sequestrá-lo
E vamos matá-lo
Por que?
Aqui não existe natal"

É isso então... Um péssimo natal a todos!

domingo, dezembro 01, 2002

No mesmo site fiz um teste sobre qual Simpson eu seria, e o resultado não foi o que eu previa (Lisa, a politicamente correta), foi:
"Flanders - e acha que só a fraternidade constrói"
Mas esses testes são furados (como a maioria) tem pergunta que eu não escolheria nada e outras que eu escolheria mais de uma resposta.

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agora é meleu escrevendo:
outro teste bacana é o "Qual personagem do Angeli você é?". Finalmente um teste em que o resultado foi ligeiramente coerente (pelo menos na minha opinião).
Eu sou o Bob Cuspe !
Qual personagem do Angeli você é?


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Mana Laura falando:
O meu deu:
Eu sou os Skrotinhos !
Qual personagem do Angeli você é?
Eu fiz um teste sobre: "Que boneco das antigas você é? "
e o resultado foi: "Meu Querido Poney - O maior símbolo gay da história"
Bom, quem fizer coloque o resultado nos comentários :)
http://igirl.ig.com.br/website/megafone/testes/index27092002.asp
Em meio a tantas crônicas escrita por Fernando Sabino, existe uma chamada: NO FIM DÁ CERTO, nesta ele fala sobre: "As Leis de Seu Domingos" (seu Domingos era (ou é) o pai dele).


Vou colocar aqui a 10a lei, depois coloco a crônica inteira:

"A única forma de resolver um problema nosso é resolver primeiro o do outro."

Acho que isto responde porque muitos problemas no mundo ainda não foram solucionados.

Um post verde para um blog verde:

O espaço no qual vivemos está passando por diversas transformações, e estas estão ocorrendo de forma acelerada. Todas estas transformações feitas pelo homem caracterizam impactos ambientais, que podem agredir mais ou menos a natureza e todo o ciclo da vida (dos homens, animais, minerais...).

A modernização tem tornado a água, que é essencial, escassa. As águas para se tornarem próprias para consumo precisam de tratamentos que as tornam cara, devido a má qualidade das águas pela ação do homem.

O desvio das águas para geração de energia diminuem a vazão de cursos d’água, tornando este mais propício de assoreamento e sem condições de depurar o esgoto nele lançado.

A maioria das cidades do Brasil não possui sistema de tratamento de esgoto, que são lançados em grande quantidades nos rios tornando as águas cada vez mais poluídas, tornando o tratamento caro ou mesmo inviável para o consumo.

A urbanização têm aumentado o escoamento superficial , por tornar o solo impermeável, este aumento do escoamento superficial causa: da poluição dos rios e outros corpos hídricos, ao carregar junto as águas lixo, substâncias tóxicas, ... O aumento do escoamento superficial também pode causar inundações, poluindo ainda mais o manancial que receberá as águas provenientes do local inundado.

Existem muito mais problemas relacionados que não citei aqui por não lembrar ou não conhecer.
Mesmo diante destas transformações (impactos) podemos “preservar” (diminuir os impactos) o meio em que vivemos de formas bem práticas, entre elas:
- economizar a água, ou somente não abusar
- não enviar pelo esgoto doméstico muitos produtos que não sejam biodegradáveis, muitos nós não podemos evitar (ex. sabão) , mas o que pudermos (ex. absorvente, camisinha) ...
- e principalmente não jogar lixo nas ruas, no chão, nos rios, nas galerias de águas pluviais...Lixo é na lixeira, bom depois da lixeira é assunto para outro post!!

sábado, novembro 30, 2002

Uma animação para quem tem mais ou menos a minha idade e já brincou no famoso "telejogo". Aquele jogo toscão chamado pong.
http://www.onzin.com/fun/flash/flash/humor_pong.swf

quarta-feira, novembro 27, 2002

O trecho a seguir foi retirado do excelente caderno "sinapse" da Folha de S. Paulo. Trata-se de definições de felicidade segundo alguns "grupos".

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Felicidade para gregos e troianos


budistas: Viver é sofrer. Estamos presos à lei de causa e efeito. Para alcançar felicidade, é preciso renunciar ao ego e à ânsia pelas coisas deste mundo.

céticos: Considerando que tudo é tudo e nada é nada e que a certeza é impossível, o mais sensato é superar os conflitos de opinião e suspender o juízo sobre as coisas.

cristãos: A felicidade está no passado ou no futuro, nunca no presente. Sem a fé, a razão não leva ao caminho da bem-aventurança.

epicuristas: Quer ser feliz? Comece arquivando a angústia da morte porque tudo é matéria e sensação e, quando você morre, não há mais matéria nem sensação, então para que se preocupar?

estoicistas: Para chegar à "ataraxia", estado máximo de sabedoria caracterizado pela ausência de perturbações, é só anular todas as paixões e fortalecer a vontade.

freudianos: O princípio do prazer nos impele a ser feliz, mas a sociedade bloqueia. Então, vamos adequar nossos impulsos sexuais à vida civilizada e fingir que felicidade é possível.

hedonistas: Felicidade não requer esforço nem renúncia, muito pelo contrário. O fundamento da vida moral é o prazer.

liberais: A auto-realização humana se resolve na perfeita economia de mercado. Cada um deve buscar a satisfação de todos os seus apetites e, dessa forma, estará automaticamente, em busca da felicidade dos demais.

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E aí? Com qual desses grupos você mais se identifica? Responda nos comentários! ;-)

domingo, novembro 10, 2002

Você não precisa de drogas, mas o menino do morro precisa !

O tráfico está cada vez mais aparecendo na mídia, de certa forma estão mostrando as coisas como funcionam através de reportagens, comerciais, filmes e outros meios. A realidade do tráfico vem incentivando algumas pessoas a abandonar o vício por drogas ilícitas, principalmente maconha, talvez por que seja a mais consumida ou a de maior chances de se livrar.

Mas aí me vem uma pergunta, se a maconha for legalizada ou se as pessoas abandonarem em massa este vicío de que vai viver o pessoal do tráfico?
Quando digo pessoal do tráfico não estou dizendo sobre os traficantes-mor, aqueles que estão muito bem de vida, mas sim dos pequenos, do pessoal da favela que vive de bicos no tráfico, assalta aqui, mata um ali...
O tráfico neste caso continuaria existindo, mas para drogas mais pesadas ou mesmo de armas, sei lá, sempre existirá alguém querendo algo ilegal e disposto a pagar por isso. Se a maconha ou a cocaína não forem mais o prato principal, então eu acho que as coisas podem piorar, pois existirão milhares de pessoas sem "emprego", o que pode aumentar a violência.

Por isso acho que as pessoas devem abandonar os vicíos sim (faz mal a elas mesmas, financia o trafico também), mas que para acabar com a violência as pessoas que são usadas no tráfico (aqueles que assaltam aqui, matam um ali...) deveriam ter oportunidades de estudar, trabalhar e viver em paz, e deixar os outros em paz.

O menino do morro não vai mais precisar de drogas quando o país mudar, tiver emprego e educação, e aí você também não vai precisar de muita coisa.

AS (DES)AVENTURAS DE RAUL E MELEU
Episódio de hoje: "Tem que dar 30"



Inauguro neste post uma série de relatos de alguns "causos" que aconteceram (ou acontecem) com o meu amiguinho Raul e comigo. Peço desculpas aos leitores mais frescos, aqueles que se ofendem com linguagem chula, mas é que eu preciso reproduzir fielmente palavra por palavra do que foi dito. ;-)

[Não achem que sou um fraco, que não tive forças para meter a cara para o vestibular! Eu continuo estudando! Isso é só uma distração para esfriar a cabeça.]

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Nos primórdios de nossa adolescência éramos roqueiros, "ouié", e acima de tudo éramos révi. Mas não adiantava apenas sermos, tínhamos que mostrar para todo mundo que éramos. E para tal não adiantava apenas nos vestir de preto e colocar correntes e outros penduricalhos metálicos, tínhamos que adotar uma atitude de révi. E uma atitude interessante que tínhamos era de sair pegando os sacos de lixo das calçadas e jogar no meio da rua, espalhando o lixo pela rua. Era pura curtição! Ao ver aquele lixo se esparramando bradávamos um belíssimo "OUIÉÉ!".

Certo dia estávamos eu, Raul e Cabrunco (um outro parceiro révi) praticando essa saudável atividade naquela rua do lado do Liceu de Humanidades de Campos (para quem não sabe, isso é Campos dos Goytacazes/RJ), a rua do Terapia's Bar, quando fomos abordados por uma viatura com dois policiais. Aquele tratamento polido dos policiais para conosco merecia uma resposta no mesmo tom. Resultado: fomos parar na delegacia (não sei o endereço direito, mas é aquela delegacia perto da Formosa, na rua que cruza com a do Palácio da Cultura). Não tentamos fugir nem nada e por isso não precisamos ser algemados. E no caminho fomos com a cara na janela torcendo para que algum conhecido nos visse e concluísse o quanto éramos radicais (ouié!).

Chegando lá um dos policiais abordou um bigodudo delegado (ou alguém que faz o serviço que esses delegados que passam na TV fazem) e foi dizendo com aquele sorrisinho sarcástico:

- Esses anarquistas tão com fome e tavam revirando lixo pra procurar comida.

Nossa! Aquilo nos encheu de orgulho! Ele nos chamou de anarquistas! OUIÉÉ!!

- Manda eles pra cá que eu vô vê o que eu faço - respondeu o delegado.

E lá fomos nós três e o delegado para uma salinha ao lado do balcão de atendimento da delegacia.

- Pelo que tô vendo os três são dimenó... - disse o delega.

- É. Somos... - respondemos com uma ligeira satisfação em saber que ele não podia fazer algo legal (no sentido de "com respaldo da lei") contra nós.

- Olha, vou ver se alivio pra vocês. Vou fazer o seguinte: vou medir o tamanho da piroca de vocês três. Se somadas derem trinta centímetros vocês estão liberados, senão...

Nós três nos olhamos e creio que pensamos juntos "Ô cacete! O cara é viado!". E acho que estávamos com razão...

- Senão o quê? - perguntou Cabrunco, o mais valentão de nós.

- Senão eu posso fazer o que quiser com vocês três. - respondeu o bigodudo.

Como não tínhamos tempo para deliberar sobre o assunto, só nos restou aceitar.

- Puta que pariu! Mede logo essa porra que eu quero ir embora logo pra jogar um video-game! - eu disse. E nesta hora eu estava demonstrando que eu também sou valentão.

E fui medido. A cara de satisfação do delegado ao constatar que media dezoito centímetros me deu um misto de nojo e raiva, mas eu segurei.

- Agora é você, grandão - disse o delegado referindo-se a Cabrunco.

E então mediu-se o de Cabrunco. Dez centímetros. Neste momento acho que eu e Cabrunco pensamos a mesma coisa: "Agora e fácil! 18 + 10 = 28. Falta só dois pra chegar a trinta".

Chegou a vez de Raul e ele meteu a mão no bolso da calça, fechou os olhinhos e fez uma cara estranha. Depois de um tempinho mostrou o "documento" e disse:

- Vai lá. Pode medir.

Peço aos leitores que se lembrem daquele som característico dos jogos de futebol quando o cara bate uma falta e a bola passa raspando no travessão mas vai pra fora, aquele sonzinho: "Uuuuuhh...". Pois é, foi esse som que passou pela minha cabeça ao ver o resultado da medição: dois centímetros! Por pouco a gente não dança!! Uuuuuuhh...

- Porra! Que droga! Mas trato é trato. Vai lá. Cês tão liberado - disse o do bigode

Saindo da delegacia eu não podia evitar de deixar claro aos meus parceiros que só estamos livres graças a mim:

- Aê, cês tão me devendo essa, hein! Se não fosse os meus dezoitão a gente tava lá até agora!

- Que isso rapá?! - argumentou Cabrunco - Se não fosse os meus dez lá pra complementar a gente não chegaria nos trinta!!

E então Raul teve que jogar na nossa cara que estávamos livres por conta dele:

- Cês tão falando muito aí, mas a gente só tá livre por minha culpa! Imagine o que seria da gente se eu não tivesse de pau duro na hora!!

Tá certo... Brigadão Raul, te devemos essa.

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Moral da história: se aqueles révis-super-radicais-ouié que vão lá no SESC as sextas-feiras não forem bem dotados e continuarem com aqueles comportamentos, vão acabar descobrindo com mais detalhes o que o delegado bigodão faria se não tivéssemos chegado aos 30 centímetros.
hehehe...

sábado, novembro 09, 2002

É..., clima de eleições passou, e com isso acho que passou também minha inspiração pra falar sobre política, talvez esta paradinha foi só pra pegar folego.

Estou meio sem assunto pra escrever, esta semana não tive muito tempo de pensamentos livres dos estudos e cálculos...mas geralmente quando estou sozinha, andando por aí fico refletindo, pensando na vida,...essas coisa.

Vou descrever aqui o que passou pela minha cabeça no banheiro do shopping, lá vai:

Ah, é bom dizer que pra pensar isso lembrei do dia em que ouvi algo do tipo:
"A vida é assim , devemos aceitar, quem quer ganhar mais deveria estudar mais, e não deve ficar invejando o patrão, se ele ganha mais é porque se esforçou pra isso, estudou..., tem que aceitar e viver de acordo com que ganha."

Sentei no vaso sanitário e:
"Por que que as pessoas não gostam do comunismo? Por que as pessoas não concordam em receber remuneração igual para traalhos diferentes?
Seria tão bom se as pessoas trabalhassem por prazer, escolhessem sua profissão sem se importar com o salário, acho que cada um iria se encaixar no que gosta, ou no que acha que é bom, que se sente bem por ajudar a sociedade...por todos os motivos mas menos pelo mais sujo de todos : o dinheiro, como diria a Vani (Os Normais ).
E poderiamos trabalhar de 3 a 4 horas por dia, e escolheriamos os horários que fossemos trabalhar, e o resto do tempo usariamos pra aprender mais coisas, pra pruduzir conhecimentos, arte, ou apenas pra tirar uma soneca e ir feliz pro trabalho no outro dia.
Isso é possível sim!!!"
Ae acabou o xixi, sai do banheiro e nem pensei mais sobre isso, só agora.
Bom, pensando melhor, eu diria que impossível não é.
Pocos que não fazem o menor esforço para ter o que têm e muitos que se esforçam pro seu inheiro ir pra mão do que está curtindo a vida.
Bom sei que meu pensamento é inviável pras condições atuais, mas pelo menos que venham as cooperativas.

sexta-feira, novembro 08, 2002

a utlidade dos palavrões


Não estou sendo tão rigoroso quanto deveria nos estudos.
Vim aqui para postar um texto que recebi (de analaura) a um tempinho por email e achei porretinha. Dizem que é do Millôr Fernandes mas eu não ponho minha mão no fogo. Sabe como é essas coisas na internet, né?

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Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo". Nem o "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o "porra nenhuma" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do teu cu". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do teu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".

Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se"? O "foda-se" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se" deveria estar assegurado na Constituição Federal.

Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.

Millôr Fernandes

terça-feira, novembro 05, 2002

pausa momentânea



Gostaria de informar aos leitores deste blog que durante este mês de novembro estarei estudando massivamente para os exames discursivos da UERJ (pretendo cursar engenharia elétrica). Por isso evitarei usar Internet e portanto acho não postarei nada até o dia 15 de Dezembro (dia dos últimos exames).

A ManaLaura continuará escrevendo aí pra gente (eu espero). E pode ser que eu apareça nos finais de semana pra deixar um comentário...

Façam suas mandingas, orações, sacrifícios, macumba, reza, simpatia, sei-lá-mais-oquê. Eu tenho que passar!!!

Um abraço a todos e até logo.

P.S.: Caso tenham sugestões de bons links para colocar nesta coluninha da esquerda aí podem deixar aqui nos comentários! ;-)

sábado, novembro 02, 2002

Felicidade


Li na em uma revista (não lembro se foi ISTO É, SUPERINTERESSANTE OU ÉPOCA) uma matéria sobre felicidade, dizendo que a maioria das pessoas é feliz.
Algo assim: "...considerando um ponto neutro entre a depressão e a felicidade plena, tem-se que a média de felicidade da maioria das pessoas se localiza acima do ponto neutro, tendendo a felicidade..."

Indagadas sobre o que é mais importante na vida as pessoas disseram: "Ser feliz" (e similares).
E as pessoas que têm condições apostam em luxos para atingir esta felicidade, sendo que de acordo com uma pesquisa as pessoas mais felizes são aquelas que não dependem de bens materiais.

Este texto me fez pensar: 'eu sou feliz?'
E responder: 'sim, muito, muito mais até do que eu imagino ser, e poderia ser mais ainda se eu não pedisse pra ficar triste, como faço algumas vezes, sem querer'

Eu não quero perder qualquer chance que eu tiver de ser um pouco mais feliz.
Para isso, acho que é importante, pelo menos comigo funciona: Não assistir à aula ou estudar se esse estudo não está lhe acrescentando nada (ou isto está lhe chateando muito), é melhor estudar outra coisa ou fazer algo que goste bastante, para o dia valer a pena. E não guardar seus sentimentos, eu sei que por isso fico um pouco triste as vezes, mas ficaria mas triste ainda se os guardasse.

De qualquer forma, ser feliz é muito fácil (com excessões), nós é que complicamos demais.

E do fundo do coração, eu prefiro um dia bem vivido a tirar nota boa numa prova.

terça-feira, outubro 29, 2002

Apesar de estar empolgado com a vitória de Lula e do Partido dos Trabalhadores como um todo, não sou nenhuma ovelhinha obediente pra não enxergar certas coisas. Li na Folha de S. Paulo de domingo (27/10) um texto de Eliane Catanhêde que dá uma alfinetadinha no PT. Mesmo não concordando com ela, achei uma crítica coerente. Transcreverei o texto dela (que também pode ser encontrado em http://www.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2710200203.htm):

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Em nome de um país melhor



BRASÍLIA - Em 1985, o Brasil viveu um pacto nacional para driblar a frustração das "Diretas Já" e chegar à democracia com Tancredo Neves -via colégio eleitoral. O PT ficou de fora e, não satisfeito, expulsou os deputados Ayrton Soares, Bete Mendes e José Eudes por desobediência.
Em 1988, o Brasil recorreu a um novo pacto ao convocar uma Assembléia Nacional Constituinte para tirar o ranço autoritário da Carta Magna e tentar adaptá-la à redemocratização. O resultado não foi perfeito, obviamente, mas foi um avanço. O PT se recusou a assinar.
Em 1992, o Brasil se mobilizou num novo pacto com todos os setores da sociedade, os partidos, os cidadãos e os caras-pintadas e afastou o presidente Fernando Collor, que derrotara Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.
O pacto embutia a responsabilidade comum de dar sustentação política ao sucessor, Itamar Franco. O PT foi decisivo no afastamento de Collor, mas se negou a participar do pacto que foi o governo Itamar. A deputada Luiza Erundina discordou, assumiu corajosamente um ministério e acabou sendo expelida do partido.
Os anos passam, o mundo dá voltas, o Brasil amadurece e o PT finalmente deve chegar ao poder amanhã, inaugurando um marco na história do país. Um marco que se pretende de mudança, esperança, justiça, moralidade e igualdade.
E o mesmo PT que virou as costas ao pacto que elegeu Tancredo, ao pacto da Constituinte e ao pacto do governo Itamar conclama os cidadãos, os parceiros e adversários políticos para quê? Para aderir ao pacto ao qual jamais aderiu.
A situação econômica é grave, as condições internacionais são adversas e só mesmo com muita força política Lula e o PT terão condições de atravessar a pior fase de turbulência para, enfim, atender às expectativas lenta e gradualmente.
Se eu acho que os partidos devem aderir ao pacto? Acho. Mas registrando-se que todos estarão dando ao PT o que ele se recusou a dar a todos. Em nome, sempre, de um país melhor.
Recentemente, num papo que ia de "os vagabundos do MST" até um possível caos que seria um eventual governo Lula, ouvi uma pessoa dizer o seguinte:

- Rapaz, se você compra a terra ela é sua. Você pagou por aquilo e você faz o que quiser. Se você quer deixar lá parado você tem todo o direito, a terra é sua!

Eu não tenho muito dom pra ficar discutindo com pessoas cabeças-duras. Por isso apenas registrei. Não fiquei argumentando, na certeza de que jamais seria capaz de fazer essa pessoa mudar de idéia. E ainda mais que o assunto de eleições estava quente (era no domingo) e eu lá com adesivinho "Agora é Lula" no peito. Tá certo... Eu sei que deveria expor minha opinião. Estou lutando pra me corrigir nesse aspecto.

O lance é que ao ouvir isso eu me lembrei que quando comecei a ouvir falar de MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e suas idéias, lá no início da minha adolescência, eu achava a mesma coisa. Achava que seria uma violação do direito de propriedade privada. Mas, graças ao meu "querido" governo federal, eu tive acesso a educação e aquela biblioteca porreta lá do CEFET-Campos. E hoje minha opinião já é outra.

Se você compra um carro ele é seu. Você faz o que quiser com ele, deixa parado, usa pra ganhar dinheiro, usa pra passear com a família. Enfim, faz o que der na telha. Mas agora vem a questão chave: se você deixar esse carro parado vai estar prejudicando outras pessoas? A resposta é não.

Se você compra uma área de terra e usa pra produzir algo, beleza. Provavelmente estará dando emprego a algumas pessoas. Mas se você deixa a terra parada é outra coisa. Terra não é como carro, que basta fabricar mais um e colocar no mercado. Ela é uma coisa finita. Então se você tem uma terra fértil e a deixa lá paradona, sem produzir nada, você está prejudicando outras pessoas. E como sabemos o Brasil está cheio de gente que vive na miséria, gente que não tem nada, gente que se tivesse um pedacinho de terra plantava um feijãozinho pelo menos para a própria família comer e seguirem vivendo.

Por isso que a Reforma Agrária é uma medida urgente para o Brasil. Mas não é simplesmente dar terra, o ideal é dar a terra e também condições para que o pessoal possa produzir e quem sabe vender para ganhar uns trocados.

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Esse último parágrafo me lembrou do que um professor de história falou outro dia durante uma aula. Ele disse: "Gente, citem um país desenvolvido que não tenha feito Reforma Agrária". Silêncio na turma. "Podem desistir de procurar, porque não existe. Inglaterra, Estados Unidos, França... todos eles fizeram Reforma Agrária."

sábado, outubro 26, 2002

Vejam que "gude-gude" esse textinho que escrevi há uns dois anos atrás sobre a sociedade. E no final um comentário, atual, meu sobre ele.

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A Sociedade


Desde quando percebi que sou algo além de uma criança que só quer saber de brincar venho tendo problemas em entender isso que nós chamamos de sociedade. Não, acho que na verdade é a sociedade que tem problemas em me entender, pois eu não tenho muito interesse em entendê-la mesmo. É engraçado. Ela vem querendo me impor uma série de coisas que eu acho errado ou não concordo. Vem querendo me dizer como devo me vestir, como deve ser minha aparência, como devo agir, e muitas outras coisas. E o mais engraçado é que muitas vezes ela se contradiz e quer que não façamos coisas que ela mesma faz (ou o contrário).

Muitas pessoas (a sociedade) me dizem para fazer a barba (o meu rosto digamos que é um pouco peludo), e dizem de diversas maneiras. Uns perguntam com toda aquela vergonha, outros vêm tirando um sarro e ainda tem outros que não dizem nada, mas ficam olhando esquisitos (esses são os mais engraçados de lidar). Bom, eu não ligo a mínima para o que estas pessoas dizem, porém isso fez com que eu entrasse num debate comigo mesmo (não! Nem todo mundo que fala sozinho é maluco!). Irei relatar aqui como foi este debate.

- Primeiro vamos pensar nesta pergunta que todo mundo faz: Por que você não faz a barba?

- A primeira resposta que me vem à cabeça é: Porque não quero.

- Muito vago. Tente se explicar melhor.

- Já sei: Porque se eu raspar ela vai crescer novamente e aí vão me perguntar "Por que você não faz esta barba?". [risos]

- Mas você acha esta barba bonita?

- Não. Nem um pouco.

- Então! Não acha isso um bom motivo pra você raspá-la?

- Não.

- Você ficaria mais bonito!

- Pra quê eu iria querer ficar bonito?

- Sei lá! Pra arrumar uma namorada, pra fazer amigos mais facilmente... Essas coisas.

- Namorada eu já tenho uma, e ela nunca me falou que minha barba a incomoda e nunca me pediu para tirá-la. Talvez ela ache feio também (ou talvez não), mas creio que ela não me julga pela aparência, e sim pelo meu caráter. Afinal de contas, é por isso que eu a amo! [risos] Os amigos que eu tenho (os de verdade) não ligam pra minha aparência. E além do mais eu não iria querer arrumar namorada e/ou amigos que se importem com o que eu pareço ser e não com o que eu penso e faço.

Bom, aqui terminou o debate. Nem eu sabia exatamente o porquê de eu não fazer a barba e depois desta conversa comigo mesmo eu já sei: "Para não ficar bonito. Se eu ficar bonito as pessoas irão se aproximar de mim pela beleza e depois é que realmente vão conhecer o meu caráter. Se eu não ficar bonito, só irão se aproximar de mim as pessoas que não se importam com isso". Perceba que de vez em quando é bom você falar consigo mesmo.

Agora tem um assunto que diz respeito a uma certa "camada" da sociedade, aos grandões, a mídia e os que a controlam, são os que ditam as regras da sociedade (tais regras criticadas acima). O assunto é: manipulação. Bom, todos nós sabemos que a situação econômica no país (e em várias partes do mundo) não está nada agradável, desemprego, fome, menores abandonados. Enfim, uma infinidade de coisas. Porém o que eu vejo é o total desinteresse da sociedade em relação a estes assuntos. E ao meu ver o grande motivo disso é a manipulação. Sim! As pessoas são manipuladas pela mídia. Quando digo isso alguns me julgam radical demais, outros me julgam maluco, mas isso é a mais pura verdade. Com todos este problema nós temos na TV todo dia pessoas felizes, programas alegres, enfim: tudo numa boa. A mídia passa pra gente que está tudo bem e que política é chatice, político é tudo safado. Nós vemos os estádios lotados em dia de futebol, mas em dia de reunião no sindicato comparecem dez quando muito. Eu fico pensando sobre isso: Para discutir os próprios interesses e direitos o cidadão não está interessado, mas pra tirar do seu pouco dinheiro e dar aos que tem de sobra por um jogo de futebol ele está sempre pronto. Foi neste pensamento que eu cheguei a conclusão de que estamos sendo manipulados, pois ninguém que enxergasse isso iria continuar cometendo o mesmo erro.

Termino esse texto pedindo a você que esteja lendo para que não aceite as coisas que lhe são impostas sem antes refletir. Em caso de dúvida converse consigo mesmo. Alguns podem te chamar de maluco, mas quem se importa com o que os outros pensam?

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Tem uma coisa neste texto que mudou nesse tempo. É que hoje eu não tenho mais namorada, mas de qualquer forma a minha opinião continua valendo. E esta pessoa que era minha namorada eu continuo amando e nossa amizade continua cada vez mais forte. :-)
Hoje no debate entre os candidatos a presidência Serra disse: "... precisamos de mais leis, de leis mais duras, ...um criminoso que foi condenado a mais de 20 anos não pode receber um novo julgamento e ser libertado antes..."
Quando ouvi isso meu cérebro processou inumeras imagens, coisas que já vi, ouvi...:
Imaginei Serra sendo preso, imaginei as cadeias superlotadas, imaginei um cara trancado por mais de 20 anos num cubículo, lembrei que um professor meu disse que o Brasil tem boas lei, só precisa que seja fiscalizado o cumprimento delas, ae logo lembrei que ele se referia a leis ambientais, ...e agora penso:" Serra acha que se deve retirar o direito de um novo julgamento, e o direito de julgamento especial para ele e os amiguinhos dele?

Acho que as pesssoas condenadas a prisão devem ter uma nova chance de se integrar a sociedade. Para que isso funcione bem eu idealizaria a cadeia como sendo um local onde os presos poderiam trabalhar, estudar, prestar serviços...e não se graduarem na criminalidade.
Aposto que muita gente pensa assim, quem sabe um dia isso aconteça...
Eu penso nisso há tempo, com alguns detalhes de como seria, espero os comentários pra discutir esses detalhes.

Diálogo com um dependente químico (alcoolismo)


Isso era pra ser uma entrevista para um trabalho que minha irmã tinha que fazer para a faculdade, mas acabou se tornando uma conversa. Coloco isso aqui para que os leitores percebam que nem todo mundo é bêbado por livre e espontânea vontade... Bem, não quero comentar muito aqui, vou esperar que vocês comentem e aí a gente começa opinar sobre isso.

A conversa ocorreu num lugar chamado "Abrigo João Viana" (aqui em Campos dos Goytacazes/RJ), que é de um hospital
psiquiátrico, e a pessoa entrevistada se encontra internada neste hospital.

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Aluna: Como você veio parar aqui? Por quê? Eu queria que você falasse o que você tivesse vontade...

Entrevistado: Foi por causa do álcool, é que minha profissão é pedreiro, né? Trabalho muito tempo com obra, e devido à constância de bebidas fui perdendo, não obras, mas família, muitos créditos de confiança. E vim parar aqui dentro porque eu tive força de vontade pra poder parar de beber. Porque o álcool te destrói muito lá fora. Você fica sem confiança, você fica sem crédito. “Ah, mas eu trabalho o dia todo, chego de tarde e bebo com o meu dinheiro” é o tal do bêbado ignorante, que acha que a ignorância é...

A: O dinheiro é dele ele pode fazer o que quiser.

E: É, é dele e ele pode fazer o que ele quer. Mas acontece que não é assim. Quando você pára aqui dentro é que você vem passar no que fez, no que você faz lá fora. Aqui dentro é que você vai vendo que... Sua mente a começa a refletir no que você...

A: Já fez...

E: Perdeu lá fora, vai perdendo e cada vez que você... Cada um porre, cada um trago de bebida que você vai dando, um gole, você vai perdendo um pouco da sua saúde. Muita gente não pensa... Mas só quando pára aqui dentro...

A: Aí você foi ver isso só quando você veio para cá, né?

E: É, porque você parou uma semana...

A: Você pára pra pensar...

E: Você pára pra pensar, você pára pra refletir...

A: Tudo que já passou, tudo que você já perdeu...

E: Tudo que perdeu... Família, porque pai e mãe não tenho, mas esposa foi perdendo, você vai perdendo o carinho que irmã, parente, ente querido, essas pessoas, você vai perdendo tudo. Aí você vai vendo que é um afastamento...

A: Que você precisa mudar e...

E: É, você tem como mudar, mas basta você querer. Não é a mesma coisa que você...

A: Você precisa de uma ajuda, né? E você, buscou ajuda?

E: É, você busca ajuda aqui dentro, né? Como hoje tem o grupo do AA [Alcoólicos Anônimos] que já te fortalece mais, que vai passando sua troca de experiência, no diálogo com um, diálogo com outro, você vai vendo o que a bebida faz. Mas tem muita gente que não entende. Porque o alcoolismo é uma doença...

A: É, tem gente que acha que a pessoa faz porque quer, né?

E: Porque quer e porque é sem-vergonha. Acha que “ah, fulano bebe porque é sem-vergonha, porque não tem força de vontade”, mas não.

A: E você acaba ficando dependente, né?

E: Dependente. Eu já levei um ano e dois meses parado, sem bebida, mas a vida ficou boa, estabilizou tudo normal, ficou ótimo, mas por causa de uma simples dose voltou tudo de novo, e volta pior.

A: Você volta com mais vontade, já tinha um tempo parado, acaba voltando...

E: Parado... Então aquele um ano e dois meses parece que fica dois anos e quatro meses sem beber nada. Então volta pior. Você bebe muito mais. Aí tudo vai se acabando... E fora as agressividades que a pessoa passa também, né?

A: Porque as outras pessoas não entendem...

E: Não entendem e a pessoa também fica agressiva, as vezes a pessoa fala uma coisa com você e você acha que...

A: Logo fica nervoso...

E: Nervoso e a pessoa está falando alguma coisa com você, e você abaixa a cabeça ou as vezes revida com outras palavras piores, com palavrões, e a vida não é assim. A vida a gente tem que ver que ela tem dois lados. Mas são dois lados bons, mas tem pessoa que vê como uma faca de dois gumes: é o lado ruim e o lado bom. Ela tem o lado ruim, que é a parte que corta, e ela tem o lado que não corta, que é as costas dela. Mas a gente tem que observar também que a vida não é só tragédia, só derrota. Tem vitória também, mas basta você querer. E aqui dentro que eu fui pensar, analisar, observar a vida e o quê que ela é. Porque muitas vezes, quando você pára aqui dentro pensa assim “Poxa, minha família não teve pena de mim, não teve compaixão”. Mas a gente tem que lembrar também que a gente apronta muito quando bebe dentro de casa.

A: A gente acaba magoando as pessoas, mas sem querer.

E: É. Porque as vezes você levanta no outro dia e não lembra o que fez...

A: Você não sabe e vai conversar com a pessoa e ela já te trata diferente...

E: Já trata diferente e as vezes eu... Eu, por causa de morar sozinho, as vezes minha irmã passava lá em casa e falava “E aí? Vai almoçar hoje?”. “Eu vou ver”. Ela “Nesse vou ver seu, eu já sei que hoje você não almoça, porque ou você vai trabalhar ou você vai beber”. E eu falei “Nenhuma das duas coisas, hoje eu fico dentro de casa”. Que nada. Dava meia hora dentro de casa, tomava um golinho de café que eu coava e saía pra rua. Engatava na bebedeira, chegava em casa quatro, cinco horas da tarde, tomava um banho, ia deitar. Dormia sem janta, sem almoço e acordava no outro dia péssimo. De novo para a bebedeira... Até que cheguei perto dela e falei “Dá pra você me ajudar?”. Aí ela: “Em quê? Dinheiro eu não te arrumo, serviço você tem de mais. É só você sair pra receber que o seu serviço está todo terminado”. É que eu pego e boto gente pra trabalhar pra mim e eu vou fazendo as empreitadas, vou botando gente e só vou receber no final de semana. E eu falei: “Não, uma internação. Porque eu já não agüento mais essa vida, todo dia banho com fogo, banho com ‘fogasso’”. Aí ela: “E a comida que eu estou mandando pra você? Você está comendo?”. Aí eu falei: “Nem um pouco”.

A: Mas ela mandava sempre comida pra você?

E: Sempre mandando comida pra mim. “E você já comeu tudo?”. E eu: “Vai lá em cima e vê”. Chegou lá, as quatro vasilhas com comida chega estava azeda. E ela: “É. O jeito é uma internação mesmo, já que você quer. Você vai estar vindo por sua vontade, eu não estou te obrigando a nada. Você que está pedindo”. Aí foi aonde que ela veio e conseguiu uma internação aqui, aí que eu vim aqui. E só aqui que eu paro. As vezes os colegas ainda brincam: “Que eu vou sair daqui, beber...”. E eu digo: “É gente”. Mas se você pensar no quê que perdeu nem quer beber mais.

A: Se você sabe que você tem esse problema de dependência, né? Pra quê que você vai voltar a beber se você pode ter uma vida normal, saudável, sem a bebida? Que prazer que isso vai trazer pra você?

E: E fora o estrago que ela faz por dentro da pessoa.

A: É. Faz muito mal a saúde...

E: Eu levei muitos dias sentindo dores por dentro, e até conversei com o médico. E o médico “Não, isso aí é normal da bebida mesmo. É a bebida que faz isso. Os remédios que você está tomando é que estão fazendo efeito devagar. Até uns quinze dias você vai sentir isso”.

A: Pra poder ir eliminando o álcool, né?...

E: Então eu sei o que passei durante esses quinze dias.

A: E você já está aqui há quanto tempo?

E: Um mês e doze dias. Já estou de alta. Mas em um mês e doze dias você já dá pra pensar bastante.

A: Já pensou bastante sobre a vida, né? Então está bom. Que você possa ter essa força de vontade. Continuar com essa força de vontade que você tem. E parar sempre pra refletir sobre sua vida, né? Não é ficar pensando o que ficou pra trás de ruim, mas sim com alguma validade do que ficou de ruim passar. E daí em diante, seguir sempre querendo mais, querendo o melhor...

E: É, pensar pra frente. Não pra trás.

A: Isso aí. Pensar pra frente.

E: Mas é bom de vez em quando você relembrar o passado, que aí você...

A: Pra você não cair de novo, né?

E: Não cair de novo, você não pisar na tábua em falso.

sexta-feira, outubro 18, 2002

Propaganda do Lula e Privatizações



Na propaganda eleitoral do PT é mostrado que em Angra dos Reis muita gente está desempregada porque a Petrobras mandou construir uma plataforma em Cingapura. Nesta propaganda o Lula fala que "a Petrobras, inexplicavelmente, mandou construir esta plataforma em Cingapura". Na verdade isso tem uma explicação, e acredito que o Lula usou o termo "inexplicavelmente" para simplificar o assunto, para não precisar gastar tempo do horário eleitoral explicando. Pois, ao contrário do que os anti-lulistas dizem por aí, eu não acho ele um cara de pouca inteligência.

Mas eu não quero ficar defendendo o meu candidato neste post... :P Vamos ao que eu quero dizer.

Não é muito difícil de imaginar o motivo que levou Petrobras a ter mandado construir a plataforma em Cingapura. A primeira idéia que me vem a cabeça é mão-de-obra barata, o que faz a Petrobras gastar menos. Esse é um dos problemas da privatização, essas empresas que antes empregavam milhares de brasileiros, agora vão procurar mão-de-obra barata lá fora e deixando milhares de brasileiros desempregados.

Se a plataforma fosse construída aqui teríamos milhares de brasileiros empregados, com seu sustento, sem precisar de casas populares e/ou outras dessas medidas que servem para dar uma esmola para o coitado utilizando verba que poderia ser usada para outros fins (educação, saneamento básico, etc.). Está bem, eu concordo que iria custar mais para a Petrobras, mas iria custar muito menos para o Brasil! Por isso é que alguns setores não deveriam ser privatizados, pois a iniciativa privada pensa mais no lucro do que em outra coisa, e não se importa em criar boas condições para os brasileiros trabalharem.

O empresário não percebe que se ele dispensasse os luxos supérfluos (isso é pleonasmo?) poderia dar vida mais digna para os trabalhadores e estes não o importunariam com violência, exigências, greves, etc. Epa! Peraí! Acho que esse raciocínio meu tem um nome: socialismo utópico. Acho que é isso...

Será que sou utópico? Será que devo pegar em armas e ajudar aos menos favorecidos? Será que os menos favorecidos estão interessados em minha ajuda? Será que devo esquecer isso e pensar somente em viver a minha vida?

quinta-feira, outubro 17, 2002

Hoje assisti a uma palestra sobre Bambu e Fibras Vegetais, bom, acho que fibras vegetais não devem interessar aos leitores deste blog, e não é disso que vou falar.
Bem para começar o nome do palestrante indicava que ele não era brasileiro, e foi só ele dizer um pedaço de palavra pra eu ter certeza disso.
Ele então começou a dizer os cursos que já fez(e foram muito) onde trabalhou, falou onde morou (Canadá, Inglaterra...), mas ainda eu não sabia de onde ele era. Sua figurinha era de uma simpatia que só vendo e ouvindo.
Ele começou a falar sobre o trabalho dele com bambu, e a resistência que brasileiros fizeram diante de suas idéias de trabalhar com o bambu.
Bem, entre um slide e outro apareceram construções na Pérsia (hoje Irã) que utilizava de materiais da região, aí ele nos disse que era a terra dele. Eu sei que isto pode não ter nada a ver, mas me amarrei no fato de eu estar assistindo a palestra de um iraniano, afinal isto nunca tinha acontecido antes.
Bem, esta pessoinha que me pareceu tão simples, simpática e sincera falou muita coisa interessante nesta palestra, vou colocar aqui o que ele disse, mais ou menos e fora de ordem porque não tenho gravador, e não anotei tudo, porque fiquei adimirando o que ele falava...
Ah, pelo que parece ele chegou ao Brasil na década de 70.

Ele disse que os brasileiros achavam o bambu um material ruim, não deram valor a sua pesquisa no início, não acreditando no material que tem disponível. Que o Brasil com muito potencial acadêmico utiliza dos produtos originados em outros países e não pesquisa sobre a utilização da sua matéria prima, em produtos específicos para o clima, a cultura, ...do brasil.
Foi nesta parte que ele mostrou a Pérsia com seus castelos construídos com solo.
E disse que hoje em dia você chega em certos países e é tudo igual, os mesmos materiais, sendo que cada tipo de lugar é diferente, e até as normas brasileiras e de outros países em desenvolvimento seguem as normas americanas, que se aplicam bem aos EUA, mas nem sempre aos outro países.

Então ele falou que muitos alunos e professores se interessam por pesquisar materiais sofisticados, criar um novo material,... mas nada disso traria para benefício da sociedade, que mais válido seria estudarem os materiais e matérias primas da região, pra que a sociedade tenha acesso da melhor forma os materiais disponíveis para ela, em termos de custos e qualidade, ele disse que as instituições de ensino e pesquisa precisam desenvolver tecnologias e materiais que melhorem a vida das pessoas, e não algo que nunca será utilizado, que este pensamento antigo tem que mudar.
Aí ele disse da forma mais natural: Agora com Lula isto deve melhorar. (ou disse algo bem parecido)

Depois falando sobre o bambu perguntou: Vocês devem saber que Santos Dumont construiu o 14 bis e Demoselle com estruturas de bambu, não é?
Simplesmente ninguém da platéia sabia, ele perguntou novamente:
Qual de vocês sabe disso? e ninguém respondeu,
Ele demonstrou muita indignação quanto a isso, ficou alguns minutos ainda tentando tirar da boca de alguém uma resposta do tipo: eu sabia!
Mas todos estavam descobrindo ali, por um iraniano,que o tão famoso avião brasileiro era de bambu.
Então ele disse: É lamentável que vocês não saibam disso.
E ele realmente estava indignado.

Um outro projeto dele foi uma bicicleta feita de bambu, que ele chamou de bambucicleta, disse que opinaram de colocar bike no meio do nome mas ele quis em português mesmo, afinal é do Brasil.E ele se disse brasileiro de coração. Esta tal opinião deve ter vindo de um brasileiro.

Ele disse que o problema do Brasil e de outros países em desenvolvimento estava no sistema de educação, e que o Brasil é um país muito rico pra viver os problemas que vive.

Bem, a palestra foi ótima!!!
:)

terça-feira, outubro 15, 2002

Esses dias rolou um assunto sobre política na aula, não assisti a esta aula, ando muito relapsa (mas isto é um outro assunto), bem de qualquer forma um amigo me contou como o fato se procedeu...
Durante a aula surgiu o assunto de eleições, e alguém disse que se Lula fosse eleito iríamos viver novamente a ditadura, coisa que eu não acredito, Então o professor disse que prefere a ditadura, porque na época ele 'vivia bem com o salário de servente, podia andar pelo Leblon a noite, sem perigo,...'

Bem, eu dou muito valor a liberdade, por isso não gostaria que a ditadura mais uma vez se instalasse no Brasil.
Acredito que muitos(senão todos) os benefícios da Ditadura são possíveis sem a necessidade de tirar a liberdade do povo, extingüir a corrupção seria a melhor coisa que o homem poderia fazer por si mesmo.

Porém, acho que se eu tivesse tendo um contato mais direto com a violência ou tivesse passando fome, ou desempregada mãe de cinco filhos, e jurada de morte pelo marido desgraçado pela vida, eu pensaria diferente. Ou nem pensaria em nada.

Ou então, melhorando meus argumentos, se eu fosse uma professora desempregada há 4 anos, marido desempregado há 3 anos e filho doente pra comprar remédio, acho que eu preferiria a Ditadura.

Acho que muitas vezes só quem vive o problema entende como é importante uma solução imediata, mesmo que seja falha.
Acho que muitas vezes só quem não vive o problema entende como é importante uma solução decente.

sexta-feira, outubro 11, 2002

O Coronelismo vive!



Há uns anos atrás eu aprendi nas aulas de história o que é coronelismo, voto de cabresto, e afins. Mas como eu aprendi isso nas aulas de história, achei que eram coisas antigas, que não aconteciam mais. Que ingenuidade...

Cheguei a casa pra almoçar e revi uma moça que já trabalhou aqui como empregada doméstica (ooops! perdão. Hoje em dia é politicamente correto falar "secretária do lar") por muitos anos e veio nos visitar. Ela parou de trabalhar aqui quando a situação financeira da família não nos permitia o luxo de ter uma empregada, sem muita opção ela acabou indo cortar cana. Ah! Vale lembrar que ela não sabe ler e só sabe escrever o nome.

[Reli o parágrafo acima e percebi que pode dar a entender que R, como irei chamá-la a partir de agora, é uma desgraçada que vive lamentando o fato de não ter tanta sorte na vida. Mas é muito pelo contrário, ela é bastante bem humorada e leva as dificuldades "na raça", sem choramingar...]

Nós começamos a conversar e ela me disse que estava sem casa. Bem... para agilizar eu vou escrever mais ou menos como foi o diálogo. Mas antes é preciso um "prelúdio", um "background", para um bom entendimento. Existe um vereador de Campos que é de Rio Preto, ele costuma "ajudar" as pessoas de Rio Preto. Essa "ajuda" tem seu preço, mas pro pessoal de lá é quase de graça: basta votar no partido desse vereador ou nas pessoas que ele indicar. Vou chamar esse vereador de S.

Bem, vamos a conversa.


- É Augusto, agora estou sem casa. O dono da casa que eu pagava aluguel vendeu mas nem me avisou. Já chegou lá me avisando que vendeu. - Em tempo: R me conheceu quando eu tinha 6 meses de idade, e por isso é uma das poucas pessoas que me chama de Augusto.

- Uai! E o novo dono, já está lá? - perguntei.

- No dia em que fui avisada da venda o novo dono já chegou, eu pedi uns dias mas ele não quis me dar prazo nenhum não.

- Ô cacete... E onde que você está ficando? Onde estão suas coisas?

- A chefe de um posto de saúde de lá deixou eu ficar num cômodo que está desocupado lá no posto. Mas daqui a pouco vão fazer reforma lá e eu vou ter que sair. - Outra informação: isso é em Rio Preto, aquele distrito de Campos que fica no caminho para São Fidélis.

- Mas e aí?! Como é que você vai fazer?!

- Tem umas casas populares lá. Me disseram que já acabaram as vagas, mas eu acho que é mentira, porque tem gente que nem casou ainda e já tem a casinha lá esperando. E um amigo meu que toma conta de lá me disse que tem umas nove casas que não tem ninguém morando. - Mais uma explicação: "nem casou ainda" quer dizer "ainda não formou família e mora com os pais". - Eu fui ver com S se tinha como conseguir uma casa pra mim mas a mulher dele disse que eu e minha família não votamos no partido dele e que nem adianta pedir. E que ela tem anotadinho quem votou em quem.


Nós conversamos mais um pouco e eu fiquei sabendo de outras pilantragens, mas o ponto que eu queria comentar é esse do voto.

Acredito que se você, leitor, está lendo isso aqui então você é um cidadão urbano, e provavelmente tem a sua casa pra morar e sua comida pra comer. Eu estou nessa condição também. Pra nós isso é coisa de aula de história, né? Mas esses lances acontecem hoje em dia. Basta pegar uma população com pouca instrução que vai ter um safado querendo explorar se aproveitando disso! Essas pessoas não tem muita condição de reclamar. Reclamar com quem? Os órgãos "competentes" (entre aspas) são chefiados por esses pilantras, que chantageiam o povo na hora de votar. Nessas localidades não tem essa de voto secreto. Tá certo que ninguém vai te vigiar na urna, então você pode mentir quando te perguntarem em quem você votou. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, esse pessoal mais humilde é quem menos mente.

E a R vai continuar tentando dar o jeito dela de arrumar uma casinha. Mas já disse que se não conseguir vai "meter a boca no trombone". Vai em rádio, jornal, Chico na TV e os cacete! Armar um escândalo! E também é por isso que estou escrevendo isso, pois se você que está lendo trabalha na imprensa, conhece alguém que trabalha, é amigo de alguém que conhece quem trabalha, etc. e estiver interessado cobrir isso entre em contato comigo pelo email mz@meleu.cjb.net.

sábado, outubro 05, 2002

Reli meu post de terça-feira (01/10), aquele sobre o artigo do Rui Pimenta (PCO), e percebi que posso ter me expressado mal, já que escrevi aquilo meio sonolento.

Bom, gostaria de retomar o assunto apenas pra dizer que o que o Rui Pimenta propõe jamais será possível por meios legais. Para aquilo acontecer são necessários meios drásticos. Então que venha a revolução!!

sexta-feira, outubro 04, 2002

Bem eu estava com vontade de esvrever algo, na verdade algo que penso, uma idéia, um comentário, sei lá... mas ae fiquei sem idéia, ae queria escrever um conto ou um outro texto (minha amiga escreve no blog dela ae queria imitar), mas no momento também estou sem idéia pra isso, o que não é raro.
Ae pensei: vou então colocar a letra de uma música, ou trecho de um livro, que passe alguma idéia do que penso... ae lembrei de uma música, ...que por acaso tem nome de conto...

CONTOS DA LUA VAGA

Esperança viva
Que o sangue amansa
Vem lá do espaço aberto
E faz do nosso braço
Um abrigo que possa guardar
A vitória, o sentimento claro
Vencendo todo medo
Mãos dadas pelas ruas
Num destino de luz e amor

Vem agora quase não há mais tempo
Vem com teu passo firme
E rosto de criança
A maldade já vimos demais

Olha, sempre poderemos
Viver em paz
Em tempo, tanto a fazer
Pelo nosso bem
Iremos passar
Mas não podemos nunca
Esquecer de mais alguém
Que vem,
Simples inocentes a nos julgar
Perdidos,
As iluminadas crianças
Herdeiras do chão
Solo plantado não as ruínas
De um caos

Diamantes e cristais
Não valem tal poder
Contos de luar
Ou a história dos homens
Lua vaga vem brincar
E manda teus sinais
Que será de nós
Se estivermos cansados
Da verdade, do amor

Esperança viva
Que a mão alcança
Vem com teu passo firme
E rosto de criança
A maldade
Já vimos demais...
(Beto Guedes)

terça-feira, outubro 01, 2002

Li na Folha de S. Paulo um artigo do candidato a Presidência da República pelo PCO (Partido da Causa Operária), Rui Costa Pimenta. Durante a leitura deparei com os seguintes parágrafos (reproduzidos assim como estão no jornal):


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Para o movimento operário e o conjunto da população explorada, o grande desafio é construir uma alternativa real, nestas eleições e no próximo período: um novo partido, com um programa de luta por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.

Um partido que organize a luta pelas mais sentidas necessidades da classe trabalhadora, como a redução da jornada de trabalha para 35 horas semanais, sem corte salarial, para combater o desemprego; o salário mínimo vital de R$ 1.500, contra as propostas demagógicas defendidas pela esquerda (US$ 100, aumento de 100% etc.); a dissolução da PM e o fim da repressão contra a população pobre; o fim do vestibular, para que todos tenham acesso ao ensino superior gratuito e de qualidade; o controle operário da produção; o não-pagamento da dívida externa; a revogação de todas as privatizações realizadas no país; o assentamento de todos os sem-terra, com a expropriação do latifúndio, entre outras.

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As propostas deste último parágrafo citado me deixa realmente empolgado. Mas vamos encarar os fatos: é possível fazer todas essas transformações apenas elegendo um presidente como o Rui Pimenta? A reposta é não!

Não adianta um presidente com vontade de fazer isso tudo. Pois como nós sabemos os poderes de nossa "democracia" (entre aspas) é dividido em três: Legislativo, Executivo e Judiciário. E para o presidente (Executivo) fazer alguma coisa nessas proporções é necessário que tenha apoio da maioria no Congresso (Legislativo, formado principalmente por nossos deputados). É bastante previsível a reação da maioria dos deputados, membros da elite brasileira.

Digo com convicção que o discurso do Rui Pimenta me agrada, mas a realidade vem e me dá um tapa na cara. O pensamento que me vem a cabeça é "Um degrau de cada vez". Não é por desacreditar, mas é que no cenário atual as propostas deste candidato jamais seriam realizadas. E por isso as mesmas acabam se tornando tão demagógicas quanto aquelas criticadas por ele.

[Em tempo:
procurei no dicionário "demagogia" e achei o seguinte: "exploração pessoal da excitação das paixões populares".]


Aproveitando o assunto...
Um fato a se notar é que pouca gente dá o valor merecido aos cargos de deputados estaduais e federais. Acontece que para que o teu candidato a presidente realize suas propostas é necessário que ele tenha maioria no congresso. Então, pra citar um exemplo, votar no Serra (PSDB) pra presidente e no Capelli (PCdoB - RJ) para deputado estadual é meio estranho...

Pense nisso na hora de escolher o seu "pacote" de candidatos! ;-)

segunda-feira, setembro 30, 2002

Achei um site bem bacaninha e educativo: http://www.votoetico.org.br.
Lá você pode ver dicas úteis de como votar, mas sem fazer propaganda pra nenhum candidato.

Também tem uma cartilha que você pode baixar e imprimir. A cartilha, compactada (.zip) e em formato pdf, você pode baixar clicando aqui.

É isso aí, até a próxima.

sábado, setembro 28, 2002

Bem, não sei se ouvi coisa demais, não estou muito certa, mas Serra prometeu que se eleito vai criar o "bolsa gestante"ou algo assim. De qualquer forma o que ele quis dizer é que daria uma ajuda financeira as gestantes, assim como existe o bolsa escola, vale gás...
Me preocupa o fato de com isso muitas famílias carentes resolverem encomendar mais um filhinho.
Não que eu seja contra a ajuda as gestantes, mas paralelo a isso deveria haver um incentivo ao controle de natalidade, não de forma ditatorial, nada forçado, mas um programa que informasse as famílias carentes sobre as responsabilidades de se ter um filho, e principalmente a distribuição de recursos contraceptivos.
É isso!!!
O dólar hoje equivale a cerca de 3,82 reais, e aumentou cerca de 20% neste mes, esta alta promove o aumento de preço na produção brasileira que se utilize de algum recurso importado.
Portanto é de se esperar que ocorra aumento no preço de muitos produtos, dentre eles o pão francês.
No pão francês, feito no brasil, é utilizada farinha de trigo importada.
Será que esta crise vai mudar o costume do brasileiro?
Acho que não, o brasileiro considera o pão francês "artigo de primeira necessidade", e continuará a comprar o pão enquanto puder, mesmo que um pão custe 10 reais.
Enquanto puder o brasileiro come pão, e tá tudo bem, assiste a novela e vai dormir...
Só pra não ficar sem postar nada hoje vou indicar um site bem bacana:
http://www.clickfome.com.br

É um site onde você faz doações apenas seguindo o link que aparece na página principal. Seria legal se as pessoas utilizassem esta página como "Página inicial" do seu browser e assim fazer doações todos os dias.

Aviso: cada conexão só pode "doar" uma vez por dia. Por isso se você, que usa conexão discada, cair e conectar novamente, pode doar novamente.

Para mais informações sobre esse projeto, olhe as respostas a perguntas mais frequentes (FAQ) em http://www.clickfome.com.br/faq-clickfome.htm.

Um abraço.

sexta-feira, setembro 27, 2002

O texto abaixo eu escrevi para uma amiga num formato de "carta argumentativa". Eu estava querendo treinar esta "modalidade" de redação para o vestibular e ao mesmo tempo convencer a minha amiga que votar com consciência e se preocupar com o próximo é importante para nós (humanidade).

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Durante uma recente conversa nossa, eu lhe perguntava se você acha normal e correto que umas pessoas sejam ricas e outras sejam pobres, que uma minoria viva às custas da exploraçãoo de uma maioria menos favorecida. Ao ouvir isso você respondeu algo do tipo "Mas isso não vai mudar nunca". E no contexto da nossa conversa você quiz dizer que não vale a pena se interessar ou discutir esses assuntos, pois "essas coisas nunca irão mudar".

Primeiramente vamos refletir um pouco sobre o tempo, para que você entenda o que eu tento passar nesta mensagem. Reflita sobre isso: para só um indivíduo 100 anos é quase uma infinidade, mas para a humanidade isto é apenas 1 século, é pouco tempo. Não tenho certeza de quanto tempo nós dois iremos viver, mas nós podemos considerar que uma coisa que acontecerá daqui a 100 anos não acontecerá nunca para nós, pois já estaremos mortos.

Vamos usar alguns exemplos para ilustrar o que estou querendo dizer. Imagine um servo vivendo no século VIII (isso é Alta Idade Média) e alguém dizendo para ele "Aí cara, vamos nos reunir com os outros e reivindicar para o Duque cobrar menos impostos. Nós estamos nos desgastando muito para produzir tanto para ele e ficarmos com tão pouco". Certamente o nosso amigo responderia "Que é isso?! Ficou maluco?! Nunca o Duque aceitará isso! Nem adianta reivindicar, isso nunca vai acontecer!". Se ele ouvisse algo sobre Reforma Agrária seria como a descrição do Paraíso, algo infinitamente bom e infinitamente difícil de acontecer.

Felizmente nem todo mundo é passivo como o nosso amigo do exemplo citado. E hoje em dia não temos mais servidão ou escravidão. Algumas pessoas não pensam apenas em si mesmas e também se dedicam a causas de interesse coletivo. E o que muitas vezes acontece é que os outros taxam essas pessoas de sonhadores e, as vezes, até de otários. Será que eles fazem idéia de quantos "otários" morreram para que hoje a nossa jornada de trabalho média seja de 8 horas diárias? (lembrando que em certo período da história da humanidade a jornada de trabalho chegava a 18 horas) E você? Tem idéia de quantos sonhadores pagaram com a vida para você ter acesso ao ensino público ou ter o direito de votar, por exemplo? (corrigindo: no Brasil não é "direito de votar" e sim "dever de votar").

Por isso eu gostaria que você desse mais valor a estes assuntos de interesse coletivo. Não estou pedindo para você dar sua vida em nome de uma causa, você é quem decide o que fazer com ela. Mas eu desejo que você no mínimo use sabiamente o seu voto. Sem pensar coisas do tipo "esse é muito feinho, não vou votar nele". Eleição Presidencial é coisa muito mais séria que concurso de beleza. E antes de repetir a conclusão dos outros, se informe mais sobre o candidato e tire suas próprias conclusões.

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Até o próximo post.

quinta-feira, setembro 26, 2002

Durante papos sobre música com um primo eu percebi que ele (mais novo que eu) gostava muito de bandas novas que eu acho um saco. Comentei com ele o que eu achava de tais bandas e isso me fez lembrar do meu irmão. O que eu disse pro meu primo foi muito parecido com o que meu irmão (mais velho que eu) disse das bandas que eu gosto.

Pensei comigo: "Será que o mesmo fenômeno vai acontecer quando meu primo conversar com alguém mais novo que ele?".

Conclusão que tirei: cada um tem sua época de curtir som, e o que o cara ouvir nesta época vai ser seu som predileto. Se fizerem alterações no estilo o cara não vai gostar.

Um caso engraçado é que eu me amarro em Hip-Hop e em Rock (ambos em suas ramificações menos pop) mas não curto o chamado "nu-metal" (junção destes dois estilos)...

Não vou dizer que "meu som" é melhor que o do meu primo, vou apenas dizer que prefiro. Mas é interessante que nós, que gostamos de música, corramos atrás de sons diferentes dos que a indústria fonográfica nos empurra. Pegar raridades e coisas "esquisitas" na internet (ou qualquer outro meio) é uma grande diversão! De repente você se depara com aquela música que faz você pensar: "Isso é muito bom! Porque eu só fui conhecer isso agora?". Larga esse lance de sou-roqueiro-malucão-yeah!-não-ouço-nada-que-não-seja-rock, ou ficar preso a um único estilo!

Aproveitando, gostaria de indicar uma banda muito boa de Recife: Mundo Livre S.A.

Até o próximo post.

quarta-feira, setembro 25, 2002

Bem, nada em mente a naum ser umas coisinhas que ouvi...
tem coisas que nós ouvimos e não damos atenção, muita gente quando ouviu o que um professor falou um dia pra turma, não ligou e até fingiu que não ouviu.
Este professor fala umas besteiras mesmo, e exagera muito em algumas coisas, mas fala coisas maneiras também, lembro de duas, lá vai:
"Por que o aparelho dele é assim?, como faz isso?, será que se eu mudar algo posso ter um aparelho parecido?... Pessoal a gente não tem que ficar comprando as coisas lá do Estados Unidos não, vamos fazer aqui... e eles (EUA) pegaram pronto da Europa e aperfeiçoaram, eles não foram nada alem de copiadores..."
outra coisa:
"... ao invés de ficar acreditando cegamente no que seu pai, pastor, vizinho diz pegue a biblia e leia, leia pelo menos um evangelho, escolha um deles e leia, tire então suas proprias conclusões, ..."
Foi mais ou menos isso, acho que muita gente não prestou atenção.
Ae Laura, vamos a escrever algo de interessante aqui.
Já vou começar indicando um site bem interessante:
http://www.joseserranemmorto.kit.net/

Por favor, visitem. ;-)